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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Devocional: A mentira

Fernando Ortega

mentira00Língua mentirosa, testemunha falsa, maledicência, dissimulação. Em resumo, bem vindo ao singelo mundo da mentira.

Em termos práticos, mentira é o contrário da verdade. Mentira é a busca pela não-transparência, é disfarçar, é colocar um pano por cima para não se ver o objeto por baixo. É esconder, desviar a atenção se utilizando de alguma afirmação ou objeto não condizente com a realidade.

É engraçado ver como já nascemos na mentira. Mentimos por que já nascemos em pecado (Romanos 5:12), já nascemos, digamos assim, adeptos da escolha do diabo, que é a mentira (João 8:44).

E fica claro que nosso comportamento é adepto da mentira desde cedo. Duvido que você ache uma criança que nunca mentiu, que nunca jogou a culpa pelo vaso quebrado para o irmão mais novo, que nunca falou “não fui eu”.

73582002Já como uma pessoa crescida, imagino que ninguém faça mais dessa maneira (pelo menos é o que espero, inclusive de mim mesmo), mas isso não impede das mentiras e dissimulações continuarem, porém de maneira menos explícita. É fácil mentir quando te ligam perguntando onde você está, e você, que ainda nem saiu do banho, responde “estou chegando”; é fácil disfarçar seu incômodo em conversar com alguém e lançar o famoso “tão me chamando ali, eu já volto”; são as famosas “white lies”, ou, em tradução porca, “mentiras brancas”. As mentirinhas. E para as mentirinhas acontecerem o que não falta são oportunidades.

Esse conceito pós-moderno de mentirinha bate de frente com uma das passagens mais simples, porém confrontadoras da Bíblia:

“...seja o vosso sim sim, e o vosso não não, para não cairdes em juízo.”.

Tiago 5:12.

É uma solução prática, que busca um posicionamento íntegro. Porque pior do que se ter muitas oportunidades de agir assim, as mentiras são altamente passíveis de vicio, simplesmente porque mentir é pecado, e pecado pode viciar. De vicio em vicio, uma mentira qualquer facilmente se torna numa bela história de pescador.

200206769-001Relacionamentos de confiança são baseados em sinceridade, verdade e transparência, e você não precisa ser cristão pra perceber isso. Qualquer pessoa q não tem Jesus foge de quem não se pode confiar, principalmente por ser uma pessoa mentirosa e dissimulada. Digo isso pq a mentira não é somente um atentado contra Deus. Independente de mentirinha ou uma daquelas mentiras bem contadas que todo mundo já viu, é um pecado contra o seu próximo; é um pecado também contra você mesmo. É uma afronta à vida.

Talvez mentiras e dissimulações não sejam um hábito na sua vida. Se não forem, mantenha-se atento. Vigie. E se por acaso cairmos, confessemos, como Tiago mesmo disse, “confessai vossas culpas uns aos outros” (Tiago 5:16). Somos livres, e todo dia é uma nova oportunidade de escolhermos pela Verdade.

 

Abduzido do CELVA

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Estudo: Omissão e Negligência

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A Omissão e a negligência são, em minha opinião, os pecados mais faceis de cometermos. Para que eles ocorram você não precisa de um pensamento maquiavélico (pelo menos não sempre), nem de um plano mirabolante, nem se esconder ou trancar a porta do quarto. Você não precisa da ajuda de outra pessoa e quase sempre você os comete sem nem perceber. Para ser omisso ou negligente é simples: basta que você não faça nada. Ao invés de pecar por ação, você o faz pela inação.

Desconfio que os conceitos de omissão e negligência são amplamente conhecidos por todos os que estão lendo este texto. Além de pecados, são também crimes reconhecidos pela nossa constituição. A omissão, no direito, é a conduta pela qual uma pessoa não faz algo a que seria obrigada ou teria condições. A omissão de socorro ou a negligência de pais com relação a filhos têm consequências legais e são tratadas como delitos. O objetivo da lei está relacionado ao que Tiago escreve: “Portanto, aquele que sabe que deve

fazer o bem e não o faz nisso está pecando” (Tiago 4:17) e encoraja a solidariedade humana.

Levando em conta o fato de que até a “lei dos homens” atesta a omissão e a negligência como erros morais, gostaria de me aprofundar em algo que considero muito mais grave: A omissão e a negligência da salvação.

O autor de Hebreus nos fala sobre um perigo ao qual todo cristão está sujeito: negligenciar a própria salvação (Hebreus 2:3). A Graça de Cristo é tão completa e “de graça” que muitos acabam “paralisados” por ela. Muitos se apegam à idéia de que Cristo já fez tudo quando se sacrificou na cruz e, após se converterem passam a fazer muito pouco ou nada a respeito de sua salvação. Não procuram possibilidades de servir ao próximo e à igreja, perdem grandes oportunidades de mostrar o evangelho para o mundo e se contentam em buscar e conhecer muito pouco a Deus. Estão em uma situação confortável e não desejam sair dela.

Não foram poucas as vezes em que me abstive de cumprir o meu papel como Cristã nesse mundo. Omiti o

Jesus de minha vida, não fui luz nem sal. Falhei como agente da “grande comissão” (Mateus 28:19). Escolhi a saída mais fácil e confortável e não fiz absolutamente nada do que sabia que deveria ser feito.

Dificilmente um estudante com o primeiro lugar na fuvest omitiria essa informação de seus amigos e familiares. O vencedor de um Oscar não esconderia o homenzinho dourado no fundo de seu armário. O que alcançamos no nosso encontro com Cristo (a vida eterna) é muito maior do que todas estas coisas. Por que então negligenciamos e omitimos isso tantas vezes? Será por vergonha, preguiça, egoismo?

A não-omissão e a não-negligência da Verdade que conhecemos é pertinente à nossa salvação. Seja por meio de palavras ou ações, todo cristão é chamado a obedecer a Deus e agir:
“ Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos. Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho da caridade que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis. Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança; para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e paciência, herdam as promessas.” (Hebreus 6:9-12)
Enquanto omitimos a Verdade que nos levou da morte para a vida, dezenas, centenas (milhares?) de pessoas continuam caminhando em direção ao inferno. A construção do Reino fica mais lenta, o Corpo de

Cristo fica inativo, inanimado.

Meu desafio é que façamos o possível para que nossa geração não seja lembrada (ou esquecida) por sua omissão, mas que nos levantemos como Corpo ativo, que cuida bem da Verdade que tem em mãos. E isso começa em você e começa em mim.

O que você faria se seu namorado ficasse permanentemente deformado?

Esta foi a pergunta que Michelle Clifford precisou responder quando seu namorado, o militar Martyn

Compton teve 70% do seu corpo totalmente queimado.

Martyn Compton foi vítima de uma emboscada, enquanto prestava serviço no Afeganistão, tendo 70% do seu corpo queimado e ficando durante três meses em coma. Quando recuperou a consciência, Compton percebeu que não tinha mais suas pálpebras, orelhas, nariz e cabelo, além de ter recebido a notícia de que não poderia mais andar. Seus catastróficos ferimentos representaram o trágico custo das tropas britânicas no Oriente Médio.

Michelle e Martyn começaram a namorar em 2006 e duas semanas depois ele partiu para um período de
quatro meses no Afeganistão. “Nunca chorei tanto”, admitiu Michelle.

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Segundo o jornal Daily Mail, cinco semanas depois, Martyn dirigia um comboio em uma aldeia, aparentemente abandonada, quando rebeldes talibãs começaram a disparar de todos os lados. Logo depois uma bomba atingiu seu veículo, detonando granadas que estavam dentro do caminhão, provocando a morte de três colegas de Martyn e causando graves ferimentos nele. “Eu não vi mais nada. Só pensava que ia morrer, e que não iria cumprir a promessa que havia feito para a Michelle”, disse ele.

Após o ataque, colegas de outro grupamento arriscaram suas vidas, puxando-o para dentro de um outro tanque. Martyn foi então levado para uma base britânica, onde foi reavidado por três vezes.

Durante o período em que ficou em coma, Michelle permaneceu todos os dias ao lado do namorado, contrariando todas as pessoas que afirmavam que eles não continuariam juntos. Cantou suas canções favoritas, sussurrou próximo ao que restou das suas orelhas e angustiosamente assistiu às 15 cirurgias a que o rapaz foi submetido. Para completar a história de sofrimento do soldado, além das queimaduras, ele enfrentou uma infecção que comia sua carne, em virtude das bactérias que adquiriu rolando na areia.
“Eu pendurei todas as nossas fotos na parede. Fotos do local onde planejávamos fazer nosso casamento, fotos de nós dois juntos, dos seus pais e até dos cães. Quando ele abrisse os olhos, a primeira coisa que eu queria que ele visse seria seus entes queridos”, afirmou Michelle.
Quatro meses após o acidente, Martyn recobrou a consciência e viu pela primeira vez sua nova imagem em um espelho:
“Eu não imaginava que estava tão horrível, chorei na mesma hora. Ainda me sentia como antes, mas o espelho revelava uma outra pessoa.”, disse Martyn.
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Durante o ano seguinte, Martyn dedicou-se à sua recuperação: seus braços que permaneciam dobrados em 90º voltaram à posição normal. Em janeiro deste ano, ele desafiou as previsões médicas e caminhou alguns metros, sozinho. E após mais de 60 horas de cirurgia, seu lábio superior, bochecha esquerda e nariz foram reconstruídos. Suas orelhas foram refeitas através da cartilagem das costelas, e devido ter perdido a pele do couro cabeludo, ele é obrigado a usar protetor solar fator 50, mesmo em dias nublados.
Finalmente, na semana passada, mesmo com todas as dificuldades e contrariando qualquer preconceito, Michelle e Martyn casaram-se. A boa notícia ficou por conta dos médicos, que afirmaram que, apesar das seqüelas, o casal não terá problemas para ter filhos.
“Se você olhar além das cicatrizes, como eu, vai perceber que o Martyn ainda está lá. Temos descoberto que valemos muito mais um para o outro. Nós provamos que vivemos um verdadeiro amor.”, concluiu Michelle.

Santa Preguiça!!!

Particularmente, considero esse um dos pecados mais sutis. Tão sutil que ninguém mais se incomoda com sua naturalidade (se estamos falando da natureza carnal, faz sentido). Temos dificuldade para entender porque a preguiça é prejudicial para a nossa alma, corpo e no nosso relacionamento com Deus. Confesso que também não entendia. Parece tão pertinente não querer fazer nada, não levantar da cama num dia chuvoso e frio, mesmo com um monte de responsabilidades na sua lista de afazeres. Quem é que gosta de sair na chuva, não é mesmo? Nossa justificativa sempre acaba sendo “Ah, deixa pra depois! Amanhã eu faço! Tem tempo ainda”. Obviamente, este é um exemplo banal. Existem os “cúmulos da preguiça”, mas como esses são percebidos com mais clareza, somos rápidos em identificá-los e julgá-los.
Pesquisando a definição alheia sobre esse pecado, descobri que ele pode ser definido da seguinte maneira:
Preguiça é a inatividade de uma pessoa, aversão a qualquer tipo de trabalho ou esforço físico. [...] Um preguiçoso para a psicologia é uma pessoa sem resistência moral e psicológica para os desafios impostos pela vida; que busca justificativas sempre externas para a sua falta de ação naqueles momentos decisivos que lhe surgem. [...] A preguiça é o ato de descansar antes de estar cansado. 1


Vendo por esse ponto, ser preguiçoso parece não ser tão inofensivo assim. Comecei a lembrar de quantas vezes superei o limite da preguiça, passando quase 24 horas em uma cama ou horas a fio deitada no sofá, simplesmente pasmando e sendo consumida por pensamentos inúteis. Lembrei dos momentos e oportunidades que perdi (conscientemente e outros que talvez eu nem faça idéia), das coisas que provavelmente deixei de aprender e dos desafios que deixei de enfrentar, das conversas que deixei de desenvolver e das coisas que não pude experimentar. Tudo por causa dessa sonolência mental/emocional que me paralisou, mesmo eu tendo forças e capacidade pra me mexer.

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Uma coisa é estar cansado; viver e fazer tanta coisa e precisar de uma pausa. Nesse caso, faz bem ficar parado, afinal, “há tempo para tudo”. Mas ficar cansado antes mesmo de ter feito alguma coisa, isso é patético. Em Provérbios 19.15, temos a seguinte afirmação: “A preguiça faz cair em sono profundo, e alma indolente (traduzindo: ‘aquele sem vontade própria’) padecerá fome”. Por mais que não pareça, isso é perigoso. A Bíblia nos adverte a não comer do “pão da preguiça” (seguindo o exemplo da Mulher Virtuosa de Provérbios 31). Também nos informa que “por muita preguiça se enfraquece o teto [...]” (Eclesiastes 10.18). Ao cultivarmos a preguiça, deixamos de aprender aquilo que podemos viver pela Graça de Deus.

Deixamos de encarar os desafios e provações (que servem para nos fortalecer e disciplinar em amor), pois, é mais fácil ficar parado ou fugir (provavelmente para debaixo do cobertor, como eu fazia quando achava que havia um monstro no meu armário ou quando “não tinha nada de bom pra fazer”). Ela escraviza, paralisa, impede que sejamos usados da maneira apropriada. Quanto maior a nossa tendência de subestimar o nosso pecado, maior será o seu domínio sobre nós.


Em resposta a esse “pecadinho” (em tom irônico mesmo), devemos lutar diariamente para que Deus nos dê força (não porque estamos realmente cansados) para dizer não ao nosso desejo de ficar parado quando deveríamos estar nos movendo. Assim como qualquer outra realidade de combate ao pecado, o que ocorre é uma luta ferrenha, na qual, somente pelo Espírito Santo e em nome de Jesus, somos dados como vencedores.

Na próxima vez em que você se sentir tentado a cair nas garras da preguiça, ore pra que Deus o lembre do propósito para o qual fomos chamados: viver e em abundância (na Graça abundante e ativa do nosso Senhor Jesus Cristo).

Paula Pit

A paixão de Cristo-Filme



quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Carne Vs. Espirito: Quem está ganhando???



Digo, porém: ANDAI EM ESPIRITO, e não cumprireis a concupiscência da carne.
Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis.
Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.
Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia,
Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,
Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias
, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.
Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei.
E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.
Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.

Gálatas 5:16-26

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Sofonias, o estraga-prazeres

Imagina que você está se divertindo muito, deitando e rolando como se diz por aí, e alguém começa a criticar a sua brincadeira, ainda mais se esta for de mal gosto e estiver prejudicando a outros. Agora imagine se, mesmo sendo um estraga-prazeres, esta pessoa estiver correta? Qual seria a atitude mais adequada a ser tomada? Prestar atenção e seguir as orientações que estão dadas, certo?
Este post trata uma pessoa assim: um estraga-prazeres. Porém ela não está muito acessível. Não, esta pessoa não é antissocial, nem sofre de misantropia. Esta pessoa não está acessível porque é desconhecido de quase todos. Esta pessoa é o profeta Sofonias.

Sofonias viveu no período de recuperação socio-política durante o reinado do rei Josias. O Rei Josias foi um excelente rei, que recuperou uma parte do que foi o desastroso reinado do rei Manassés, o pior de todos os reis de Judá.
Porém, mesmo com a reforma feita pelo rei Josias havia muita corrupção política e religiosa em Judá. Acontece que, o povo de Judá, anos antes, já havia assitido à catastrófica derrocada do reino do Norte, Israel. E, por incrível que pareça, mesmo tendo visto o que acontecera com seus irmãos do norte, mesmo tendo vivido sob a égide de um rei alheio a todos os preceitos divinos, os líderes judeus, tanto religiosos como civis, não abandonaram suas práticas exploratórias contra o povo.
O texto de Sofonias 3:1-7 nos mostra que as mais duras acusações foram feitas a estes homens que deveriam ser exemplo para todos, mas que se aproveitaram do momento de recuperação para esfolar ainda mais quem já estava esfolado.
Meu desafio a você leitor é que façamos como Sofonias, que, mesmo pertencendo à familia real (ele era bisneto do rei Ezequias), se incomodou, e reagiu contra a injustiça religiosa e política. O padrão de justiça de Sofonias era o próprio Deus que sempre mostrou graça, justiça e misericórdia para com seu povo.
Portanto, além de nos colocarmos contra o padrão humano de tratamento ao próximo, que tal se demonstrássemos a todos a graça, justiça e misericórdia, tal como Deus sempre dispensou a nós?